A música deixa-se ouvir. As conversas fundem-se, as bocas murmurejantes. O baile marcado outrora, chegara.
Ostentava ela, uma vida que já não lhe pertencia: vinhos, uísques importados, dispostos sobre a velha prateleira envidraçada, dos tempos de bonança.
Ao canto, recostado em frente a disforme, e desbotada, parede, seu criado-mudo, que ouvia, sem nada dizer, suas maquinações...As contas do armazém, da boutique, da relojoaria , enlaçam-se com suas fragrâncias francesas, suas pérolas.
A penteadeira lá estava, com um puxador quebrado e o espelho leve e sutilmente trincado. Essa senhora, de meia idade, era conhecida nos círculos aristocráticos, mas não fazia jus a esta condecoração.
Iria ela ao baile, faltava um quarto de hora. Abre seu roupeiro, seu vestido de cambraia já não lhe servia, e , se assim não fosse, já estava desgastado pelo tempo.
Sua esperança, numa divagação, vinha do quintal ao lado. Não fora ela ensinada a perder, a ser derrotada. Já eram 6h55.
Na hora aprazada, entra no baile, radiante, pomposa. Age e fala com leveza, como se nada houvesse acontecido; bebe, dança.
Uma senhora - maldita senhora que revela segredos ínfimos dos seres - reconhece sua roupa, sua atitude clandestina, assim, chama-lhe o soldado. Este a conduz para fora, para a polícia..."rua!".
Tenta esconder o rosto, dissimular, mas suas máscaras caem, uma a uma, até que desnudada dos "pseudos-eus" que criara, torna-se só, marginal.
Somos todos personagens de um teatro, usando máscaras que nos escondem a essência
(Nietzsche)
Huuum ... Perfeitoo :)
ResponderExcluirPaaarabéens em !!! Escrevee pra caranbaaa :D
Nossaa ...
ResponderExcluirAdorei,
de todos, eu gostei mais desse...
ta de parabéns... mto bons seus textos
Bom de maisss
ResponderExcluirOii
ResponderExcluiradorei seu blog
tô seguindo
segue???
http://meuryss.blogspot.com/
Bjim