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domingo, 26 de junho de 2011

S.em t.ítulo

Debruço-me sobre um livro antigo,
Páginas soltas e empoeiradas,
As palavras falam comigo,
Vozes mudas, impassíveis, caladas.

No rodapé, anotações esquecidas,
De lembranças insurgentes, outrora, vividas.
Riscos e mais riscos, no rodapé, e na vida.
Mundos atravessados, nas linhas e na lida.

Leitor e livro dialogam, numa briga constante,
Vida e história, ora perpassam-se, ora separam-se,
É obvio, vida e história, são realidades distantes,

Ou não!

Virar a página é sempre um ofício destoante.

Lápide

Sobre a lápide fria e inerte,
Descansa um pensamento mais que dolorido,
Lágrimas de olhos marejados, vertem,
Numa profunda simbiose de saudade e alarido.

Busca-se um porquê, não respondido.
Um silêncio belicoso se levanta,
A dor parece tanta,
Que um coração no peito, bate corroído.

As plúmbeas letras talhadas,
Revelam um rei, na vida pobre e incompreendido!
Quem morre vira rei ou santo!
Essa é a verdade controvertida.

O Papel aceita tudo, a lápide também
Talvez aquele que passou na vida mudo,
Valha um vintém!

Ah! Os olhos novamente atravessam as inscrições,
A lápide continua e, continuará, fria e inerte,
O que foi, não se reverte.
E uma coisa é certa, contrapondo-se às desilusões:
Hic finis doloris vitae!

Sentido?


Diamantes brutos e abruptos,
Esse é o trunfo!
Pedras preciosas e ociosas,
Vales inexplorados,
Mãos calejadas,
“Achei!”
Ouro de Tolo!

Pessoas  brutas e não trabalhadas,
Esse é o segredo!
Joias escondidas e  perdidas,
Mundos desconhecidos,
Mãos que apedrejam e afagam,
“Entendi!”
Tolo de ouro!

S.em t.ítulo


Debruço-me sobre um livro antigo,
Páginas soltas e empoeiradas,
As palavras falam comigo,
Vozes mudas, impassíveis, caladas.

No rodapé, anotações esquecidas,
De lembranças insurgentes, outrora, vividas.
Riscos e mais riscos, no rodapé, e na vida.
Mundos atravessados, nas linhas e na lida.

Leitor e livro dialogam, numa briga constante,
Vida e história, ora perpassam-se, ora separam-se,
É obvio, vida e história, são realidades distantes,

Ou não!

                      Virar a página é sempre um ofício destoante.