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sábado, 19 de janeiro de 2013

De repente




De repente um insight! Páginas já amontoadas com o peso dos anos começam a voar novamente. Deu trabalho remontar a história, achar o fio condutor que lhe desse coerência, sentido. Entretanto, os ventos de outrora vem e vão.
Estar seguro demais é inseguro! Ora! Que loucura! Voltar ao começo! Não é certo! O que é certo?
 Já é louvável parar com as divagações. Vamos ao motivo de minha mente no papel!
Deitar, fechar os olhos, arrumar o cobertor, e dormir seriam ofícios fáceis demais se isso realmente fosse a aspiração última de todo ser humano. Mas colocar a cabeça no travesseiro e simplesmente dormir não é tão prudente quando se trata de rever, remexer, mergulhar e descobrir aquilo que ainda precisa ser resolvido.
Remexer significa levantar a poeira, já empastada, e que nos impõe questionamentos contra nós, como se fôssemos alados (e será que não o somos?) e que nos fazem ver o quanto a vida é trágica, senão cômica. Às vezes, prefiro ver a vida com comicidade, como se estivéssemos num teatro, sim,  T-E-A-T-R-O! Luz, vida e ação!
Outrossim, existe a reação! E sobre isso trataremos quando a xícara de café já estiver morna.
Retomemos; quando me refiro ao fato de sermos alados, digo-o com a convicção de que temos possibilidades de ir e vir, dizer e desdizer, romper e conciliar, chorar e rir, tolerar e denunciar e muitos outros emparelhamentos que aqui já ficariam cansativos e, ao mesmo tempo, desnecessários para atuarmos bem neste palco, nem sempre assistido (ou vaiado) pela plateia que imaginamos que exista; alados: asas que nos dão a liberdade, ou que são, num toque da tesoura social, cortadas com brutalidade. Afora, pensando bem, cortar nossas asas seria um sofrimento momentâneo, logo depois, a dor não existiria, e teríamos de conviver com a dor de não conseguir voar, e isso não seria nossa mea culpa
O verdadeiro algoz,  é aquele que causa o sofrimento do qual nos sentimos culpados e responsáveis pelo nosso fracasso: ele, o algoz, nos dá a comida e a água de que necessitamos, não nos mostra possibilidades de voar, “aqui está bom, é cômodo, fácil”, e vamos nos tornando máquinas da ação e reação: nada de mediu est nos acontece, é sempre o mesmo, do mesmo jeito, amorfo. E a visão fica limitada, a ação fica limitada. E o pior de tudo: O ALGOZ abre a portinhola e diz: “voa!”. Mas fomos ensinados a não conhecer esse termo da língua vernácula. Assim, alados e estáticos somos obrigados a morrer, minguar, vendo a possibilidade de sair, tendo asas perfeitas, e a portinhola aberta. É, leitor, a portinhola está aberta, entrementes, não é conhecido voar. Então, cale-se e aproveite o teatro, que aqui se torna trágico. Posso ouvir o sarcasmo da risada daquele!
E aqui vai um conselho: o travesseiro já está incomodando, não está? Vire-o, afofe-o, troque a capa, a priori a cabeça se encaixará melhor, no entanto o enchimento ainda continuará o mesmo, não há capa que o transmute.
Percebi que continuei divagando; não quero mais café; quero dormir; já são horas.




2 comentários:

  1. A natureza nós possibilitou voar, mas sempre optamos pela gaiola, já que todos os pássaros estão lá.

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  2. Parabéns pelo texto Vinicius, muito lindo! ;D

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